sexta-feira, 3 de abril de 2009

Romance Gramatical

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele, um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação, os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar. Só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente. Abraçaram-se numa pontuação tão minúscula que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula, ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Esta obra prima não é minha, recebi esta maravilha por email.
Não se sabe porque o(a) autor(a) não assina a obra, talvez para que esse mistério ajude a manter a obra viva. Mas reza a lenda que se trata de uma redação vencedora, escrita por uma aluna do curso de Letras da UF-PE (Universidade Federal de Pernambuco), para participar de um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa. Por se tratar de uma obra prima, acredito, que deve ser admirada por uma grande número de pessoas, para tanto resolvi posta-la aqui no blog. Cópias e distribuições estão liberadas desde que sejam dados os créditos.

domingo, 24 de junho de 2007

The Secret - O Segredo

Amigos, hoje assisti ao filme The Secret, e embora eu já tivesse conhecimento do poder da mente humana, proposto no livro O Poder do Subconsciente do Dr. Joseph Murphy. Hoje percebi como este poder pode ser útil a todos nós, portanto resolvi que este seria o tema da nossa primeira postagem. Proponho àqueles que já conhecem o segredo que o utilizem ao máximo, visando a melhora pessoal e que busquem também auxiliar aos outros, que ainda não conhecem o segredo, indicando a melhor forma de encarar um obstáculo, conseguir a cura para seus males, conseguir alcançar seus objetivos, dentre tantas outras possibilidades. Devemos contudo nos valer do método dialógico de Sócrates (Maiêutica), que tem por objetivo fazer o indivíduo pensar, para que estes indivíduos não se viciem em receber o peixe e sim aprendam a pescar.
Bom como primeira postagem é isso que temos, felicidades à todos e até a próxima.